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A memória torna imperecíveis os tempos que fomos para construirmos os que hão de vir. Estes que vivemos, estranhos e conturbados, parecem desprovidos de passado e futuro, são como um pântano lamacento difícil de atravessar. Num mundo desencantado, o sonho é o refúgio da utopia que nos alimenta a esperança.
- Todos elogiam o sonho, que é o compensar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos.
- Sonhar só o faz ficar mais vivo.
- Para quê? Estou cansado de ficar vivo. Ficar vivo não é viver, Doutor. In Venenos de Deus Remédios do Diabo, 2008.
Sou leitor incondicional da obra de Mia Couto. Transcrevo aqui algumas das frases que habitam o seu universo literário e que egoisticamente gostaria que fosse meu. A sua escrita deixa-me suspenso, sedento e expectante. Perco-me na sua prosa mágica, poética e aprendo de novo o caminhar em direção à vida. A vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado, como refere em Jesusalém ou Antes de Nascer o Mundo, 2009.
Os seus livros são feitos de viagens, memórias (re) inventadas e palavras por descobrir. Neles os indivíduos são livres de ser como são, sem julgamentos. Exercem sobre nós um fascínio que nos marca na sensibilidade e consciência. Ficamos rendidos à sua escrita original, terna, cheia de humanidade e que nos faz regressar às origens. A natureza humana numa relação umbilical com a terra.
A África de Mia Couto é como um ventre materno grávido de histórias e gente como nós.
(…) é da alma do povo de seu país, bela, trágica, alegre, sofrida, enigmática, que este poeta da prosa extrai o seu ouro universal. In Companhia das letras
Sem dúvida um dos maiores escritores e contadores de histórias da literatura africana de expressão portuguesa. CADA HOMEM É UMA RAÇA-Contos, a minha próxima leitura.